Este espaço é uma extensão da Sala da República, ponto de encontro e de
partilha de ideias, projectos e eventos, que tornem de todos os objectivos da
República: IGUALDADE, LIBERDADE E FRATERNIDADE.


quinta-feira, 18 de março de 2010

Programa ÁRVORE DO CENTENÁRIO

ÁRVORE DO CENTENÁRIO
22 de Março 2010

Programa

10.30H – Hino da Maria da Fonte – sinal para todas as turmas se dirigirem ao local da plantação da árvore. Os alunos distribuem-se pela varanda e patamares superiores e outros (os mais novos) junto ao local onde vai ser plantada a árvore. Trazem ao peito a “roseta da República”. Na varanda estão penduradas as bandeiras dos vários alunos de outras nacionalidades, que frequentam a escola.

11h15m – Apresentação da cerimónia pelas figuras da República: República, Manuel Arriaga e Zé Povinho – Grupo de Teatro da Escola (texto anexo)

11h30m – Plantação da Árvore do Centenário (oliveira) pelo aluno mais novo (12 anos) e mais velho (75 anos) da escola; Descerramento da placa comemorativa.

11h40m – Discursos: Direcção, Conselho Geral, Comissão Nacional para as Comemorações, Ministério da Educação.

11h25m - Interpretação das letras dos hinos: A Sementeira, Hino das Árvores – Grupo de Teatro da Escola; Coro da Escola - Canção da Árvore

11h50m – Colocação da pomba da paz com ramo de oliveira e bandeiras dos vários países representados, na Árvore do Centenário (simulação de uma árvore), pelos alunos das respectivas nacionalidades.

12.00H – Hino Nacional pelo coro da escola, acompanhado por todos e Hasteamento da Bandeira.

Encerramento, com o transporte da árvore simbólica até à Sala da República da Escola.

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Texto de Apresentação


Personagens – apresentadores

Manuel Arriaga - Ricardo Fernandes

República - Ruben Silva

Zé Povinho - Joana Marques

Estão os 3 junto ao local onde se vai plantar a Árvore.

O meu nome é Zé Povinho, sou filho de Rafael Bordalo Pinheiro e nasci na Lanterna Mágica. na Véspera de SanTantónio de 1875.

Ofícios pelo menos sete                    Não tenho casa nem beira                     Também já usei albarda
Até onde sei contar                           Mal sei ler e escrever                            Que é casado de vintém
Comigo ninguém se mete                  Trago sempre uma coleira                      A Justiça sempre tarda
Sem a resposta levar.                        De cão, que está pra morder                 Mas há um dia que vem.

E vocemecê quem é?

REPÚBLICAEu sou a República. Nasci em 1910 no dia 5 de Outubro. Sou filha da Carbonária, a irmã da Maçonaria, e o meu pai é o Partido Republicano.

ARRIAGABom, a mim conhecem vocês bem, eu sou o vosso Presidente. O Manuel de Arriaga, o 1º Presidente da República!!!

Atão, o Rei?? Sempre se foi embora para os Açores? E atão quem ma tira a albarda de cima e a rolha da boca???

REPÚBLICAÉ para isso que eu aqui estou. Trago-te LIBERDADE…

E isso enche a barriga??? Ó, serve pra quê?

ARRIAGAPodes fazer, ler e dizer o que quiseres. Acabaram-se as albardas e a lei da rolha…

Essa é qué boa!!! Nan sei ler, Nan tenho cheta tenho que trabalhar à mesma… bom sempre posso dizer mal dos políticos sem ir ver o sol aos quadradinhos.

REPÚBLICAE a partir de agora passas a ser tão importante como ali o Dr. Arriaga. IGUALDADE é outra das minhas ofertas para ti, Zé Povinho.

Tá a mangar comigo!!!!! Quer dizer que eu agora sou igual ao sô dótor e aqueles todos ali – aponta para a assistência – mesmo aqueles mais escurinhos???? E aquelas senhoras finórias que ali estão??? E até à Senhora Directora??? Tá a renar…

ARRIAGAÉ verdade. Imagina que uma vidente disse que daqui a 100 anos ia haver um Presidente da República preto!!

– gargalhada – Ca granda tanga!!!! E se calhar vocemecês acreditam que o homem vai à Lua e que daqui a 100 anos há umas caixinhas que falam, e umas máquinas que cospem notas… Promessas dos políticos… Isso é tudo ficção cientifica!!!!!

REPÚBLICAZé Povinho, sonhar não custa dinheiro…

– assustado – Nem paga imposto???

ARRIAGAPor enquanto ainda não… Imagina que daqui a 100 anos outros Zés como tu podem ser Presidentes como eu.

REPÚBLICAApostamos que daqui a 100 anos ainda há quem defenda a Liberdade e a Igualdade??

ZÉ e ARRIAGAApostado (batem na mão um do outro)

ARRIAGABom, vamos mas é fazer aquilo que nos pediram. Plantar uma árvore que dure pelo menos mais cem anos. E que árvore?

Uma oliveira, que aqui é o que está a dar. Óh não estivéssemos nós nos Olivais.

REPÚBLICAE também porque o ramo de oliveira é o símbolo da paz.

E porquê neste sítio?

ARRIAGAPorque o Eça, que Deus haja, pediu no testamento que daqui a 60 anos construíssem aqui uma escola com o nome dele.

Diz-vos aqui o Zé que vai ser a melhor escola de Lisboa e arredores. Eça é que é essa!!!!

ARRIAGABom o pior é o bulling!

O Bul quê??? E isso que é? Coisa ruim…

ARRIAGAÉ uma doença rara que dizem vai haver daqui a 100 anos.

E quais são os sintomas ???

ARRIAGAParece que dá nos mais velhos e mais fortes que maltratam os mais novos e mais fracos.

– (gargalhada) Vocemecê acredita em cada cousa!!! Um presidente preto, caixinhas que falam, cartões que dão dinheiro, miúdos colegas à porrada… se calhar acredita no Borda de Água que diz que os homens vão estragar o tempo e que vai haver tornados no Algarve. Só se forem muita burros… Isso é tudo ficção cientifica.

REPÚBLICA Não te preocupes Zé, eu tenho a vacina para essa doença. Chama-se FRATERNIDADE.

Ah! Bom estou mais descansado. Não acredito que depois da Dona República andar 100 anos a lutar pela Liberdade, Igualdade e Fraternidade ainda haja porrada entre colegas!!! Isso é ficção científica.

ARRIAGA - Óh Zé, começa mas é a cavar!

Euuuuuu! (faz o gesto do Zé Povinho com muita força) Comecemos todos ou já se esqueceu cagora somos todos iguais. (vai buscar o aluno mais novo e o mais velho da Escola) Vamos aqui buscar este Zé mais novinho e este Zé menos novinho para ajudarem na ingríicola. E toque o Hino para animar a malta!!!!!

Texto de Cristina Kirkby
Apresentado pelo Grupo de Teatro da ESEQ - coordenação de Onivaldo Dutra

quarta-feira, 17 de março de 2010

A Árvore da Liberdade

    
      Ontem andei pelas avenidas novas à procura da minha árvore. Aquela árvore esguia, frágil e frouxa que ajudei a plantar quando tinha apenas 11 anos e ainda não separara, na confusão do mundo, o céu da terra e as borboletas das flores.
      Foi há muito tempo, em certa manhã de sol barulhento. Na véspera o Sr. Professor prevenira-nos da cerimónia:
      – Amanhã não se esqueçam de trazer lanches. Vamos plantar a árvore da Liberdade!
      E eu apareci com a infância mais evidente na fatiota dos domingos, merenda debaixo do braço e «Sementeira» debaixo da língua, pronto para assistir àquela solenidade tão carregada de pompas de mistério.
      Formámos a dois e dois. E, com o Sr. Professor à cabeça, partimos para as avenidas novas, nessa altura um dédalo de arruamentos sem prédios nem passeantes.
      Após uma longa marcha, olhos fixos nas nucas da frente, parámos. E então o Sr. Professor, em voz rouca que não se harmonizava com o viço primaveril da manhã, pronunciou um pequeno discurso pagão. Referiu-se às plantas, aos frutos e aos ninhos. Recomendou-nos que não fizéssemos mal aos pássaros. [...] Repetiu o eterno hino à liberdade. E a suar, numa girândola final, rogou-nos que cantássemos, em coro, a «Sementeira».
      Obedecemos logo de bom grado, comovidos com as palavras [...] do Sr. Professor, que, naquele dia, em vez de nos soterrar num quarto sem sol, nos falava da liberdade.
      Abrimos as bocas e cantámos. Berrámos. A letra desse hino, a que anda associada uma injusta ideia de ridículo, saiu das nossas bocas numa Primavera de trinta corações a pulsarem em comum.
      Terminada a canção, cada um de nós, quase com prazer litúrgico, pegou na pá e começou a deitar terra para a cova onde o Sr. Professor enterrara a árvore sagrada. Durante alguns minutos trabalhámos com fervor, num arder de olhos em festa – contentes por mexermos em terra, ébrios do cheiro das plantas e das raízes, sob o azul envolvente daquela manhã fecunda.
      Eu, pelo menos, trabalhei arduamente. Lancei, incansável, terra e mais terra para a cova. E quando, por fim, a árvore se aguentou sozinha na alameda buliçosa de crianças a devorarem fatias de pão com manteiga, quedei-me a olhá-la, durante largo tempo, impado de orgulho e fé.
      Senti, ingenuamente, infantilmente – como todos os meninos sentiam em 1911 –, que a minha liberdade ficava talvez unida para sempre àquele ser preso ao solo por raízes tão fracas e tenras. Senti...
      Mas o Sr. Professor não me deixou sentir mais. Ordenou com secura que formássemos a dois e dois.
      E daí a pouco tempo deslizávamos outra vez para a escola como um rebanho cívico que cumprira já o seu dever burocrático e diligente de cantar a «Sementeira» e de arremessar algumas pazadas de terra para uma cova.

José Gomes Ferreira, O Mundo dos Outros, Lisboa, Portugália, 1987

terça-feira, 16 de março de 2010

O Culto da Árvore e a I República


por José Neiva Vieira

A implantação da República a 5 de Outubro de 1910 trouxe à socie-dade portuguesa um conjunto de novos valores e símbolos. Entre estes destaca-se o culto da árvore que se associa a outros valores centrais do republicanismo como a fraternidade, a educação e o culto da pátria.

Ao culto da árvore associam-se a realização de manifestações cívico-pedagógicas designadas de Festas da Árvore, a criação da Asso-ciação Protectora da Árvore e a sua meritória acção em prol da árvore e do desenvolvimento florestal do país, a propaganda sistemática a favor da árvore através de festas, conferências, plantações comemora-tivas e publicação de artigos de jornal e livros alusivos, a classificação e protecção das árvores notáveis e ainda uma aposta na reorganização e modernização da Administração Florestal, de que as Conferências Florestais de 1914, 1915, 1916 e 1917 são exemplo, e a intensificação do regime florestal vocacionado para a arborização das dunas do lito-ral e do interior montanhoso e serrano.
Cartaz da 1.ª Festa da Árvore na Amadora

A FESTA DA ÁRVORE

As primeiras Festas da Árvore iniciaram-se em Portugal na fase muito final da Monarquia por iniciativa de organizações republicanas.

A 26 de Maio de 1907 realizou-se no Seixal a 1.ª Festa da Árvore, promovida pela Liga Nacional de Instrução, criada para promover a instrução nacional e princi-palmente o ensino primário popular. Destacam-se na sua organização duas figuras ilustres da Maçonaria – António Augusto Louro que presidiu à Comissão que pro-moveu a Festa da Árvore e Manuel Borges Grainha da Liga Nacional de Instrução. A Festa foi um enorme sucesso ao qual aderiram alunos, professores e população do Seixal mas também destacados cidadãos e populações das proximidades.

Nesse mesmo ano, também promovida pela Liga Nacional de Instrução, a 19 de Dezembro, realizou-se em Lisboa, com o apoio da Câmara Municipal, outra Festa da Árvore que mobilizou os estudantes das principais escolas da capital.

Estava assim iniciado um movimento cultural e cívico de celebração dos benefí-cios da Árvore e da Floresta, constando essencialmente da plantação de árvores, de um ambiente festivo e de discursos de propaganda a favor da árvore.

O panorama florestal do país era propício a este movimento dada a significativa desarborização em que se encontrava e as necessidades crescentes em madeira. Ao longo do século XIX tinha-se processado uma significativa desarborização de folho-sas, nomeadamente carvalhos e castanheiros, as serras do interior estavam profun-damente erosionadas e era necessário secar pântanos e fixar dunas através da arbori-zação. Logo no princípio do século (1901, 1903 e 1905) é estabelecido o Regime Florestal, base jurídica para uma vasta acção do Estado em prol da arborização, nomeadamente em Baldios, começam os primeiros trabalhos de arborização nas ser-ras e continuam os trabalhos de fixação de dunas.

Em 1908 a Direcção Geral de Instrução chamou a si a responsabilidade de promover a generalização da Festa da Árvore a todas as escolas do país tendo sido a Liga Nacional de Instrução, de que era Presidente Bernardino Machado, a grande dinamizadora das Festas até 1912.

Neste período referenciam-se Festas da Árvore em Lisboa, Porto, Coimbra, Leiria, Aveiro, Santarém, Castelo Branco, Évora, Alcáçovas, Alcobaça, Lourinhã, Barreiro, Seixal, Moita, Fundão, Almodôvar, Lousã, Montemor-o-Novo, Amadora e em tantas outras terras.

Em 1912 o Jornal “O Século Agrícola” chama a si a liderança das Comemora-ções lançando uma forte campanha de propaganda à escala nacional, que encon-trou o maior eco junto dos governantes, dos agricultores, das escolas, das associa-ções e das autarquias. Presidente da República, Ministros e altos responsáveis da administração pública e do poder local presidem às comemorações. Agricultores, viveiristas e Serviços Florestais asseguram o fornecimento das árvores a plantas. As acções de propaganda eram asseguradas pelos professores, por prestigiados agricultores e técnicos agronómicos e florestais e ainda pelos sócios da Associação Protectora da Árvore, constituída formalmente em 1914 com vista à “propagação, defesa e culto da árvore”. Esta associação, liderada pela figura ilustre do Dr. José de Castro, reconhecida pelo Governo como de Utilidade Pública, editou diverso material de propaganda nomeadamente brochuras e postais, assumiu posições públicas sobre as vantagens do regime florestal e da arborização, a defesa das árvo-res monumentais, e o apoio à Festa da Árvore. Editou ainda uma revista de que saíram 6 números nos anos de 1914 e 1915 em que, a par de informações e artigos técnicos, se divulgam poemas em louvor da árvore, máximas florestais e discursos apologéticos sobre os benefícios da arborização.
Árvores monumentais dessa época

De 1912 a 1915 decorreu o período áureo das festas da Árvore, sendo 1913 o seu ano de eleição.
A implantação da República em 1910 criou um quadro político propício às grandes campanhas cívicas e de esclarecimento dos cidadãos, como é tradicional, quando há mudanças drásticas de regime. E a Festa da Árvore enquadrava-se nesse espírito. Daí o grande entusiasmo dos vultos republicanos à volta destas iniciativas mas também a reserva, se não hostilidade, de forças conservadoras que viam nestas comemorações uma forma hábil de penetração dos novos ideários em meios, nomeadamente rurais, onde não tinham tradicional implantação. Tentativas de boi-cote, campanhas na imprensa e arranque das árvores plantadas foram algumas das acções promovidas contra a Festa da Árvore.

Para ilustrar essa polémica transcrevem-se 2 excertos de Jornais de 1914.

A FESTA DA ÁRVORE

Festa simpática das crianças explorada pela Maçonaria/Os católicos não podem colaborar nesta festa naturalista e ateia permitindo que os seus filhos nela se incorporem /Arregimentem os filhos dos livres pensadores.

Realiza-se no dia 15 nesta cidade como decerto em todo o país, a chamada festa da árvore, que podendo ser em si uma festa simpática e proveitosa à educação das crianças, está sendo nesta malfadada terra portu-guesa explorada pelo sectarismo maçónico que lhe manda imprimir a feição panteísta e genuinamente pagã.

Como portugueses e como católicos que nos prezamos de ser aqui deixamos consignado desde já o nosso mais veemente protesto contra o abuso que se está fazendo da liberdade de consciência, forçando milhares e milhares de crianças, na sua quase totalidade filhas de pais católicos e elas próprias católicas a enfileirarem numa festa mais do que pagã.

Para festas desta natureza compreendia-se que fossem arregimentados os filhos dos livres pensadores, mas forçar os filhos dos católicos a comparecer nelas é uma violência sem nome.

Por isso mais uma vez lamentamos que certos católicos, enfileirando ao lado de pessoas reconhecida e notoriamente inimigas da Igreja levassem o seu zelo por uma causa tão infeliz até ao ponto de subscreverem à carta circular que foi profusamente espalhada pela cidade.

A Democracia (Covilhã) 1914
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O MAL GERA O MAL

As árvores plantadas pelas crianças das escolas foram arrancadas e lançadas a terra pelos que teimam em ver na Festa da Árvore um culto pagão e não um culto de civismo.

Este facto, como é natural, indignou profundamente todos quantos não andando obsecados por idolatrias dogmáticas, sentem a utilidade, a benéfica influência na educação infantil e até no próprio espírito do povo, da realização de festas como a da árvore.

Pode enfim esse bando escuro do retrocesso manobrar à vontade, mandando arrancar, cortar, lançar por terra as amigas e benfazejas árvores que os batalhões infantis alegre e festivamente plantaram aos olhos de uma multidão comovida e contente que sem por isso a festa querida deixará de realizar-se, aqui e em todo o país, numa apoteose de luz, de amor e de verdade!

Que mal encerra dizer à criança que deve amar a terra, que deve fertilizá-la pelo seu esforço, que deve ungi-la com a graça dos seus hinos e cânticos?!

Não tem padres a festa, nem nela se observa a liturgia romana? E é isso coisa necessária para que a árvore crie raízes, cresça, lance a ramagem, frutos e flores?

Não surgiu a Festa da Árvore por uma mera especulação teórica. A festa da árvore teve e tem em vista, não satisfazer simbolismos novos, liturgias novas, mas criar fontes de riqueza.

Aprendam no exemplo de S. Francisco de Assis a amar a Deus nas plantas, nos animais, em todas as coi-sas da criação!

Jornal de Guimarães, 1914
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O Jornal “O Século Agrícola” foi dando a conhecer todas as iniciativas programadas, as contribuições das diversas entidades para a Festa, nomeadamente as árvores disponibili-zadas pelos viveiristas e Serviços Florestais, as palestras promovidas em escolas e o relato das Festas da Árvore realizadas por todo o país.



A “Ilustração Portuguesa” edição semanal do jornal “O Século” dá-nos interessantes reportagens fotográficas do que foi a Festa da Árvore nessa época.
“Ilustração Portugueza” n.º 425, 13 de Abril de 1914


“Ilustração Portugueza” n.º 479, 26 de Abril de 1915


E a par das festas escolares e colectivas “O Século Agrícola” dá igualmente conta nas suas páginas das muitas festas particulares também dedicadas à árvore, o que se exemplifica com duas pequenas referências saídas no jornal em 18 de Fevereiro de 1915:

“Os meninos António e Joaquim de Sousa Ribeiro, da rua de Costa Cabral, no Porto, já nos solicitaram árvores para levarem a efeito a sua festa íntima, no jardim da sua casa e sob a direcção de seus pais.”

“A Sr.ª D. Egeménia de Oliveira Lopes, residente em Argozêlo (Vimioso) faz igual-mente a plantação festiva de árvores que O Século Agrícola lhe fornecerá, para alegria e ensinamento dos seus quatro pequeninos filhos.”

Muitas das palestras proferidas nas Festas da Árvore foram editadas em brochuras para divulgação sendo de referir A Serra, as Pastagens e os Gados de Tude de Sousa (Gerês, 1914), a Arborização como Função Económica e a sua Influencia na Agricultura e na Pecuária de Júlio Mário Viana (Viseu, 1916), a Apologia da Árvore de Guilherme Felgueiras (Arbor Day, 1913) e o Culto da Árvore de Manuel Vieira Natividade (Alcobaça, 1913).

É nesta época, associado à Festa da Árvore, editado o livro de poemas “A Alma das Árvores” de António Correia de Oliveira.

A Festa da Árvore adoptou o “Hino das Árvores” com versos de Olavo Bilac e música de Aboim Foios como seu hino oficial.

Excerto de "O Culto da Árvore e a I República" de José Neiva Vieira, Lisboa, Fev.2010




 

segunda-feira, 15 de março de 2010

Vasco Lourenço propõe busto da República com "um cravo"

O presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço, propôs a colocação de "um cravo" como uma das alterações possíveis ao busto da República já que, considerou, "a segunda República é do 25 de Abril" de 1974.

Em declarações à agência Lusa, o antigo capitão de Abril começou por afirmar não ver necessidade de alterações ao busto da República, mas acrescentou: "Se querem mudar, então ponham-lhe um cravo, a segunda República é do 25 de Abril".
"Aí está um dos aspetos que é mais folclore que outra coisa. O busto da República está bem", acentuou.
Para Vasco Lourenço, promover a alteração do busto da República seria também escolher "quem seria a nova mulher que iria dar cara" à efígie.
"Ia ver a polémica que vinha para aí", exclamou.

Fonte: Destak/Lusa
Sugestão de Anália Marques

quinta-feira, 11 de março de 2010

PÚBLICO na Escola

Publicado entre Setembro e Junho, com uma periodicidade mensal, o boletim PÚBLICO na Escola selecciona um tema de capa, apresenta propostas de trabalho, refere livros e sites úteis para quem trabalha na área da educação para os media. Além disso, dá a conhecer o trabalho de diversos estabelecimentos de ensino.

O Projecto PÚBLICO na Escola associa-se às comemorações do primeiro centenário da implantação da República em Portugal, que se assinala em 5 de Outubro de 2010, sugerindo que a efeméride seja objecto de um tratamento privilegiado na imprensa escolar.

quarta-feira, 10 de março de 2010

CONCURSO

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Queres ganhar
2 bilhetes de cinema?


Vai à Sala da República e participa nos concursos
Eça República Centenária

TODOS OS MESES UM CONCURSO DIFERENTE !!!!

(A decorrer o I Concurso - SÍMBOLOS DA MONARQUIA - até 18 de Março)

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terça-feira, 9 de março de 2010

O 31 de Janeiro e a República - Passada e Presente


1. Há momentos na vida das pessoas, das comunidades e dos povos que marcam rotas de séculos. O 5 de Outubro de 1910 foi um deles. Teve, porém, um preâmbulo. No Porto, como havia sido já em 1820. Foi o 31 de Janeiro de 1891. Quando um punhado de republicanos, sob a orientação de Manuel Alves da Veiga, avançou, e a revolta foi esmagada.
O divórcio entre o regime e o povo, tal como entre os ideais liberais e a monarquia constitucional, implantada em 1836, vinha-se cavando cada vez mais até ao Ultimato inglês de 11 de Janeiro de 1890. Este exigia a retirada de Portugal do território compreendido entre Angola e Moçambique (actuais Zimbabwe e Zâmbia). A cedência por parte da coroa portuguesa foi vista como uma humilhação pelos republicanos.
Tomado o edifício dos Paços do Concelho, proclamada a República e o novo governo provisório, ao irem dar a notícia ao país pelo Telégrafo, dão com a Guarda Municipal na Praça da Batalha. Avançam, convencidos de que ela não interviria. São, porém, recebidos com fogo, aí deixando uma dúzia de mortos e duas dezenas de feridos.

2. Que se iniciou ao comemorar no passado fim de semana no Porto, no início do Centenário da República, apenas isto? Claramente que não. A resposta do Presidente da Comissão Nacional das Comemorações, Artur Santos Silva passa pelo seguinte:
“Estas comemorações justificam-se para divulgar a memória da I República e dos ideais republicanos, bem como para celebrar um momento marcante da nossa História. Importará, embora modestamente, contribuir para que os cidadãos se aproximem mais das actividades cívicas e políticas.
Mas importa, sobretudo, aproveitar esta oportunidade para promover a divulgação e a consciencialização dos valores e ideais republicanos, contribuindo para que todos se sintam mais mobilizados para ajudar a construir uma República mais justa e mais solidária.” (Público, 31/01/10: 5).
Santos Silva afirmaria na abertura das comemorações na Câmara do Porto que: “mais de 500 iniciativas” programadas para estas comemorações como momentos de renovação, regeneração, reflexão e procura de soluções para uma República “mais moderna, mais eficiente e mais democrática”. (Público on-line, 31/01/10).
Para o Presidente da República, as comemorações devem ser uma “oportunidade ideal” para renovar os valores republicanos, como “o amor à pátria e a ética na vida política”, “a semente de um novo espírito de cidadania”, em “nome dessa esperança colectiva que se chama Portugal”. (Público on- -line, 31/01/10).
Também o primeiro-ministro de Portugal apelou aos portugueses para se unirem “numa comunidade com projecto de futuro”, lembrando que, com a democracia, são “um povo que em liberdade escolhe o seu futuro”. (Público on-line, 31/01/10).

3. Herdada a República como património colectivo cívico, ético e moral – um regime sem senhores nem amos, no qual a igualdade se materializa exponencialmente em todos os cidadãos – a concretização, em liberdade, destas virtudes essenciais é sempre imperfeita. O mesmo se diga da solidariedade e da dignidade de pessoas e instituições.
Mais, em República, essas virtudes estão em risco permanente, sempre que cada um as não visa, diariamente, nos seus limites. E este é, porventura o maior desafio das comemorações: levar cada um dos nossos concidadãos a compreender e viver os ideais liberais que a monarquia constitucional, em finais do século XIX e no início do século XX, perdeu de vista.
Desses ideais, a República futura, segundo Amadeu Carvalho Homem, Professor de História na Universidade de Coimbra, não pode deixar de:
“manifestar confiança entre eleitores e eleitos”, garantir “a liberdade religiosa num Estado neutral”, “responsabilizar a família e a escola no aprofundamento cívico e cultural” e “exigir uma acção de elevadíssimo serviço público” aos cidadãos que ocupam a governação e a representação nacionais. (30/01/10, Ateneu do Porto).

J. Esteves Rei - Professor Catedrático de Didáctica das Línguas e de Comunicação, na UTAD, Vila Real
publicado por Correio da Educação

Sugestão de Paula Faia

segunda-feira, 8 de março de 2010

Casa dos Patudos

A uma hora de Lisboa, junto a Alpiarça, num ponto de onde se domina uma magnifica vista do rio Tejo, das lezirias e do casario de Santarém, a Casa dos Patudos foi projectada em 1904, por Raúl Lino, para residência de José Relvas (1858- 1929), importante figura da história contemporânea. Homem de grande sentido cívico e servidor de valores da liberdade, igualdade e da fraternidade, proclamou a República em Lisboa, no dia 5 de Outubro de 1910. Foi ministro das Finanças, embaixador em Madrid e primeiro- ministro. Destacou-se igualmente como músico, lavrador, filantropo e coleccionador.
A Casa dos Patudos é um dos principais museus de arte do país e possui um acervo significativo de pintura, escultura e artes decorativas, dos séculos XV a XX.
Merece uma visita.

A Casa dos Patudos que a imensidão da Lezíria engrandece, é o Museu que a Vila de Alpiarça abraça por entre o verde dos vinhedos e o sentir das Suas Gentes.

Sugestão de Anália Marques

Mulheres da República

Selos evocam activistas dos direitos femininos dos primeiros tempos da República.

A instituição da República, em 1910, revelou uma geração de mulheres que se distinguiram pelo seu activismo, fundamental para a conquista de direitos cívicos e políticos das mulheres portuguesas.
Os CTT homenageiam com uma nova emissão filatélica essas mulheres cuja acção e testemunho as tornaram figuras indelevelmente associadas à história da República.


Os CTT  têm também uma emissão filatélica dedicada ao Ideário Republicano.

fonte: CTT

sexta-feira, 5 de março de 2010

Jornal do Centenário

Já saiu o Nº4! Para aceder clique AQUI.


Para consultar todos os números do Jornal do Centenário, procure na barra lateral direita deste blogue.

quinta-feira, 4 de março de 2010

"Cinco de Outubro" de Lourenço Pereira Coutinho

Sextante Editora

Cinco de Outubro é um romance sobre os últimos meses da monarquia e a revolução republicana. Acompanha os percursos dos principais protagonistas da época - D.Manuel II, Teixeira de Sousa, Paiva Couceiro ou Machado Santos -, que se cruzam com personagens ficcionadas, numa narrativa que culmina nos dias da revolução republicana.
Lourenço Pereira Coutinho (Lisboa 1973) é autor dos romances Na Sombra de JoãoXXI (2006), Fim d´Época (2007) e Baile de Máscaras (2008).
O lançamento realiza-se hoje, dia 4 de Março, pelas 19 horas, no El Corte Inglés de Lisboa, com apresentação de Rui Ramos.

Sugestão de Anália Marques

A CONSTRUÇÃO DA REPÚBLICA



 

quarta-feira, 3 de março de 2010